#ReviewMangaWeek - Usagi drop...muita polêmica e pouco conteúdo?

Usagi Drop(Unita Yumi)

Os personagens centrais Rin e Daikichi
  

















Sinopse


Usagi Drop é um mangá escrito e ilustrado pela mangaká Unita Yumi e estreou nas páginas da revista Feel Young de Outubro de 2005 a Abril de 2011. Nele temos, Daikichi, um homem de 30 anos, que possuía uma vida relaxada de solteiro até que um dia recebe a notícia de que seu avô morreu. Durante o velório, Daikichi conhece Rin, uma garota de 6 anos que era filha escondida do avô e que agora irá para orfanato por não ser desejada pela família. Ao saber disso, Daikichi reage contra essa decisão e acaba preferindo adotar a menina. Assim, começa a nova vida do homem desorganizado com a menina bem educada.

Rin x Daikichi PARTE - 01




Daikichi no começo de Usagi Drop é um homem sério, calado e bastante rabugento e é retratado como o típico assalariado japonês, sempre com um olhar preocupado e cansado. Ao ver a total situação de abandono de Rin onde a mesma iria para um lar de adoção mesmo possuindo uma "família" E com toda a situação de ostracismo com relação a menina  de seus "parentes" Nos vemos um lado corajoso, mas um tanto imaturo de Daikichi que resolve cria-la mesmo sem nunca ter se casado e ser um solteirão de trinta anos. Rin a princípio parece uma criança como qualquer outra, mas não só por seu quadro de isolamento, mas pela condição de ter sido criado por seu avô/pai o qual vemos que mantinha uma vida tranquila e resignada com a garota. Temos a perfeita comparação de personalidades entre Rin e a sobrinha de Daikichi(o que faz dela tia-avó de uma garota de sua mesma idade) Reina que em várias ocasiões demonstra a inquietude, agitação que caracterizam a infância enquanto Rin se mantém isolada e quieta o que preocupa a todos por insensivelmente taxarem o comportamento da garota como um possível autismo.



Temos uma situação onde dois personagens completamente fechados precisam conviver como uma família e evoluírem a partir disso. Tanto o mangá quanto o anime são Slice of Life onde acompanhamos a evolução dessa relação passo a passo. A cada episódio somos presenteados com um tom leve calmo sobre situações de pai e filha naturais como na primeira noite de Rin na casa de Daikichi onde ela molha a cama como qualquer outra criança da mesma idade e muito do humor dessa série está nas reações totalmente despreparadas de Daikichi que jamais para tais situações e nunca foi muito bons com mulheres ou crianças. Rin se sente muito a vontade com Daikichi porque apesar de ser um estranho a semelhança dele com seu avô o torna mais receptivo ao mundinho da garota.
Aos poucos vemos a relação de pai e filha se entrelaçando entre os personagens e o quanto Daikichi ajuda no processo de socialização da garota que como foi citado acima era mais na dela com vários traços introspectivos.


Timeskip


O mangá é divido em duas partes onde na primeira temos o cotidiano da nova vida de "papai" de Daikichi e tudo é feito com calma, sutileza e muito amor. Após o capítulo #25 do mangá o anime produzido pelo estúdio Production I.G não cobre, mas a história e nessa parte em que ela salta dez anos no futuro e vemos uma Rin no primeiro ano do colegial e um Daikichi mais cansado. Nesse ponto temos a história seguindo para conflitos de identidade da jovem que quer conhecer sua mãe, estudar e poder cuidar de Daikichi, o qual a jovem tem um receio de que irá perde-lo. Nesse ponto a história dá um foco bastante extenso para a relação dos nossos protagonista com Nitani-san e seu Kouki(vemos agora ele adulto) Onde Daikichi finalmente se declara para a mãe de Kouki e apesar dela corresponder esse sentimento ela decide colocar o filho em primeiro local, o que nos leva no caso Rin x Kouki em algum momento da história Rin começa a gostar de Kouki que por estar namorando na época não pode corresponder esse sentimento. A grande polêmica envolta a esta segunda parte é pelo caso de que Rin a filha adotiva de Daikichi após rejeitar Kouki revela que durante algum tempo vem alimentando sentimentos por Daikichi, o seu pai postiço que o vem criando todo esse tempo. Mesmo tentando esconder inicialmente esse sentimento se contentando a conviver diariamente com Daikichi e reprimindo o que sente por ele, mas Kouki acaba por descobrir os sentimentos da jovem e decidi ingenuamente contar a Daikichi sobre eles achando que assim a menina poderia simplesmente "ficar com ele feliz para sempre" Mas ao descobri Daikichi entra e choque não acredita na história do jovem até que Rin acaba revelando a sua paixão por ele.

Kouki e Rin

Rin x Daikichi PARTE - 02

Logo após a garota declarar seus sentimento por Daikichi ele diz a ela que "Essa é a coisa mais cruel que você poderia me dizer" E partir daí vários momentos desconfortáveis começam e o próprio Daikichi começa a sofrer por saber dos sentimentos da menina:
Daikichi se sente ódio, culpa e uma profunda tristeza por esta situação ter sido imposta a ele por forças que ele desconhece e passa a desencorajar os sentimentos da jovem a todo instante até que esta foge por não conseguir mais conviver com Daikichi por culpa dos seus sentimentos, fugindo para casa da mãe essa revela a Rin que o avô de Daikichi não é seu pai legítimo e portanto eles não são parentes, isso alegra a garota, mas entristece ainda mais Daikichi que vai buscar sua filha e ao se deparar novamente com seus sentimentos escolhe por não magoa-la e acaba aceitando a condição de tomar ela como companheira após ela completar dezoito anos e nesse período se ela conhece algum garoto e gostasse dele deveria esquecê-lo e ficar com seu novo amor. É importante frisar que Daikichi NÃO AMA A RIN e apesar de aceita-la como companheira ele continua com os mesmos sentimentos a respeito dela.

Fim


Logo após o fim do período de dois anos Rin assim que recebe seu diploma oficializa seu relacionamento com Daikichi e logo vemos eles tendo diálogos como casais mesmo com toda resistência por parte de Daikichi. Sim no final a filha postiça se casa com seu pai.

Conclusões finais e recomendações


Mesmo que haja vários limites morais, jurídicos(em alguns países) e religiosos para alguns é importante frisar que em toda a obra não há nenhuma sugestão quanto a pedofilia, nem de maneira explícita quanto implícita e seguindo esse caminho mesmo no mangá a relação entre eles é reprovável em nenhum lugar é romantizado a relação de um homem mais velho com uma jovem e muito menos incesto. Apesar da conclusão polêmica a situação é tratada com o peso real dela e vemos muito isso pela perspectiva do Daikichi que encara tudo isso como uma tragédia e chega a chorar em vários pontos por se culpar por qualquer coisa que ele NÃO FEZ, encaro essa situação como a morte de um personagem em um quadrinho ou HQ ou qualquer outra coisa do tipo, onde uma tragédia é apresentado aos personagens e eles podem convenientemente aceita-la como o Kenny em South Park em que a morte não é uma tragédia, mas sim um motor do humor, essa situação é mais uma ferramenta pró-drama. Minhas convicções morais e eticas me inclinam a condenar esse mangá, mas minha inclinação artística me força a reconhecer o bom drama e conflito que nós é apresentado por meio de Usagi Drop. Recomendo fortemente o filme de Usagi Drop e o mangá "Jinbe" que possui a mesma temática.



Para finalizar esse post que ficou XIGANTE deixo abaixo a informação do meu MAL para poderem ver a minha nota para Usagi Drop e links para vocês poderem adquirir a versão física do mesmo que saiu pela editora NewPOP por estas terras. Não concordou com nada do que eu falei? Prove que eu estou errado e fale seus pontos. Um abraço!!!(Reviews menores no futuro). 


Imagem relacionada
Meu MAL aí:  Emilio Saymon MAL
 

Comentários

  1. Eu encontrei esse review por que anos atrás, quando o mangá ainda estava lançando, eu li e não acompanhei até o final. Lembrei dele hoje e além de me preparar para reler, queria ter certeza se valia a pena recomendar pra um amigo. Quando cheguei ao final do review e vi o que acontecia com a relação da Rin e do Daikichi eu literalmente tive um troço. Vou explicar.
    Ao meu ver o mangá se propõe a desenvolver sobre relações de família pouco convencionais, mas que ainda assim proporcionam tudo de positivo que uma "família tradicional" supostamente trás. A partir do momento que a história apresenta um sentimento amoroso por parte da garota, e ao final oficializa essa relação, toda a "moral" é jogada no lixo. Me faz sentir que ao invés disso, eles estão me dizendo que uma mulher e um homem não são capazes de viverem juntos sem que um se apaixone, seja qual for a relação que eles tenham, e isso me aborrece de maneiras indescritíveis. Posso ter exagerado na última parte, mas quero expressar a mudança de ponto de vista sobre a obra que esse final absurdo me trouxe. Contudo, ao expressar que você artisticamente respeita o conflito, eu refleti para um outro ponto de vista, e me lembrei de um episódio de uma série muito boa. A série se chama Dekalog do Krzysztof Kieślowski, tem episódios independentes, então o resto não é relevante, mas o quarto episodio em especial fala sobre uma relação entre pai e filha que é abalada quando a mãe falece, e eles começam a suspeitar que a filha seja fruto de adultério. Com isso a intimidade dos dois começa a ser discutida, e o episodio gira em torno dessa instabilidade dos papeis familiares. Ok, aonde eu quero chegar com isso. Não vou dar spoilers do episódio caso você queira ver, mas acho que a série se sai muito bem dando essa mensagem e ainda assim sendo coerente e justa com seus personagens, coisa que eu não senti (com o que você descreveu) sobre o final do mangá. Posso estar errada, talvez lendo ele eu mude de ideia, mas ouso dizer que se a ideia era propor um conflito, não concluiu este de maneira e justa, e (pra mim) jogou um desenvolvimento de personagens interessante no lixo.
    Enfim, eu não entendo nada de nada sobre histórias, posso ter falado um monte de bobajada, mas fiquei bem irritada descobrindo sobre esse final do mangá. Se você discorda, eu iria adorar ouvir sua opinião, adorei seu review, e muito obrigada pelo seu tempo!

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